Em Varginha, existem muitos artistas desde musicistas, aos desenhistas, dos escritores aos atores e a atuação o Cidade Varginha vai falar de uma das expoentes que é promessa em Minas, que é atriz de formação acadêmica, que integra grupos e duo de músicas, que é fonte de inspiração em atuar. De quem eu falo? Rachel Mitidiere!
O Cidade Varginha tem a honra de entrevistar essa grande atriz e cantora que tem como carreira:
Atriz e brincante nas empresas Gabunça e Folcloria – animação de festas e eventos.
Batuqueira no Maraquetê, grupo percussivo de maracatu de baque virado.
Batuqueira e vocalista no Quintal da Jurema, grupo de coco de roda. Vocalista do Duo Dessas
Como você equilibra suas atividades como atriz de espetáculos teatrais e cantora de uma dupla musical?
Como multiartista atuando em tantas áreas diferentes, que além do teatro e da música, ainda contam a cultura popular e a brincadeira, trabalho quase como um freelancer em cada projeto cultural individualmente. Quando estou na praça ensaiando com o “Maraquetê” sou batuqueira, em eventos infantis sou brincante, nos palcos atriz ou cantora e às vezes as duas funções ao mesmo tempo, como no caso do musical “Melancólicas” e mesmo no “Duo Dessas” com algumas pequenas intervenções performáticas.
Quais são os maiores desafios que se apresentam nas escolas e como você os supera?
Tive poucas experiencias no ensino formal e por isso não tenho lembranças de desafios.
Qual foi a experiência mais marcante que você teve enquanto se apresentava em espetáculos de Natal?
As intervenções de natal no centro comercial da cidade foram muito marcantes e divertidas tanto para nós artistas, quanto para os cidadãos frequentadores. Algumas crianças, as menorzinhas, acreditavam mesmo que erámos os personagens natalinos, enquanto os maiores e os adultos entravam na brincadeira sem quebrar a magia.
Como você acredita que a arte pode impactar com certeza o ambiente escolar?
Com certeza! Não só por auxiliar o despontar de novos artistas, quanto para criação de público e facilitadora de comunicação. Quem gosta e pratica arte, se torna um ser humano melhor em muitos aspectos, e aprende a lidar melhor com os relacionamentos profissionais ou em situações de stress inclusive.
Quais são os principais temas que você aborda em suas performances teatrais e musicais?
O “Duo Dessas” é um conjunto especificamente feminista, somos mulheres que cantam e tocam músicas de outras mulheres, que tratam de assuntos femininos dentre eles as denuncias de machismo. No teatro, o grande barato é justamente a enorme gama de possibilidades e variações de personagens e assuntos. Gosto muito de temas filosóficos, psicológicos e sociais, mas estou sempre a disposição para emprestar meu corpo e voz à qualquer personagem.
Como você vê o futuro da arte no Brasil, especialmente no contexto atual?
Sou e estou muito esperançosa e imagino que as atuais inovações políticas no setor cultural irão abranger e alcançar cada vez mais pessoas, tanto artistas quanto espectadores.
Quais são os aspectos mais gratificantes de se apresentar para um público diversificado, como nas escolas?
Crianças e adolescentes são a plateia mais sincera que podemos ter! Quando não gostam deixam bem claro, mas quando gostam também. Uma vez, puxaram um coro de: – “Que graça que tem isso! Que graça que tem isso! Que graça que tem isso”, na hora foi assustador, mas hoje é uma história engraçada e boa de contar. Quando gostam, recebo abraços calorosos e elogios inesperados sobre detalhes bem que podem passar despercebidos para adultos.
Como você se prepara mentalmente para cada apresentação, especialmente considerando a diversidade de públicos e espaços?
Como eu disse, cada projeto me exige uma postura e uma preparação diferente, dentre essas diferenças, uma das maiores é a plateia. Quando no palco com dramaturgia específica, meu foco é na história que está sendo contada acima de tudo. Já em performances de interação direta, que é o que mais tenho feito nos últimos tempos, treino improviso e me aproveito de cada ação do público.
Qual foi o espetáculo mais desafiador em que você já participou e como você lidou com os desafios?
Foram tantos trabalhos desafiadores que é difícil escolher um, mas acho que no “Andréia”, que foi o meu espetáculo de conclusão de curso na faculdade, porque eu tinha mais responsabilidades. Éramos um grupo de aproximadamente 10 pessoas, criando do zero uma peça, dramaturgia, personagens, sonoplastia, tudo. E eu quem propus o tema, convoquei a equipe e, ainda por cima, estava sendo avaliada pelos professores.
Você acredita que a arte tem o poder de promover mudanças sociais? Se sim, de que maneira?
Sim! Através da arte mensagens são propagadas e incentivam diálogos paralelos às obras em si. Quero crer que a arte não é a resposta e sim a pergunta! O ponto de partida para mudanças sociais.
Como você enxerga o papel da música na educação de crianças e adolescentes?
Essencial, com música podemos estudar matemática (contagem de temos rítmicos), geografia (regionalismos dos estilos), história (nas letras e nas datas das obras), filosofia, sociologia etc, etc, etc…
Quais são suas inspirações artísticas e musicais?
No teatro: Denise Fraga, Fernandas Montenegro e Torres, Matheus Nachtergaele, Selton Melo…
Na música: Marisa Monte, Gal Costa, Flaira Ferro, Jussara Marçal, Karina Buhr, Ju Strassacapa, Gilberto Gil…
Como você lida com o estresse e a pressão de se apresentar regularmente em diversos espaços e eventos?
Sabe que nem eu sei (risos) São muitas frentes de trabalho mesmo. Mas, brincadeiras à parte, trabalho com arte desde muito novinha e continuo me aperfeiçoando, assim, cada experiência se transforma em mais aprendizado e quanto mais eu sei, menos insegura fico.
Você acredita que a tecnologia tem um papel importante na promoção e desenvolvimento da arte? De que forma?
Pra mim a tecnologia é uma ferramenta e como todas as outras, exige conhecimentos e atitudes especificas. Não dá pra pintar com um martelo, por exemplo. Mas para pregar os pregos é o mais indicado e que melhor funciona. Ainda estou aprendendo a manusear certas tecnologias para aprender qual é a melhor para cada situação.
Quais são seus planos futuros em relação à sua carreira artística?
Executar bem os projetos e suas especificidades, me manter ativa e criativa, enfim, continuar atuando, interpretando, cantando, tocando, batucando, dançando, brincando etc.
Haja arte pra dar conta do talento dessa pessoa!
Conheço as performances da Raquel nos palcos da vida, na Concha Acústica, atuando e batucando! Multiartista, poetiza, escreve muito bem e se recusa a lançar seus livros! Mas a gente insiste: Raquel, lance um livro!
Parabéns ao CIDADEVARGINHA que é cultura na veia!
O Cidade Varginha é um grande jornal! É lindo ver a abertura que dá para que a Cultura dê o seu recado! Precisávamos disto em Varginha! E parabéns a Rachel, mulher talentosa e que muito bem representa a cultura varginhense!