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Tem câncer? Ih…

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Na minha família, e acredito que em muitas outras, o câncer sempre foi um tabu. Seu nome não era, sequer, pronunciado. Dizia-se “aquela doença” ou “doença ruim”. Com o tempo e com a evolução dos casos de cura, a maioria das pessoas passou a falar dele como se fala de muitas outras enfermidades, dando nome aos bois. Um avanço importante.

Mas a ideia de “Ih…” continua. Como se ainda estivéssemos no tempo em que o câncer foi descoberto, quando realmente ainda não tinha nenhum tratamento. Época em que o diagnóstico já era, basicamente, uma sentença de morte. A medicina evoluiu muito, não só no cuidado e cura de diversos tipos de câncer, como no de muitas outras doenças que eram consideradas incuráveis anos atrás. Há 30 anos, minha mãe teve câncer de mama e foi tratada com sucesso. Hoje em dia, com tratamentos menos agressivos e as campanhas de prevenção, a taxa de cura subiu consideravelmente.

Dia primeiro de outubro fui a um evento promovido pelo Café com as Poderosas – associação importante de apoio e acolhimento aos pacientes oncológicos em Varginha – marcando o início do Outubro Rosa. O tema da campanha para este ano é “O câncer, não transformou a minha essência”. Foi feito um trabalho fotográfico lindo. As imagens mostram essas mulheres, que estão passando ou já passaram pelo tratamento, em fotos artísticas que ressaltam sua beleza, ainda que tenham perdido o cabelo ou uma parte de si. Fiquei encantada com a sensibilidade da homenagem. Diversas histórias de coragem – e de medo – unem esses pacientes. A exposição estará em vários lugares durante o mês. Além disso, haverá movimentos de conscientização ao autocuidado e outras atividades. O “Gran finale” acontecerá dia 30, com o já tradicional desfile no Teatro Capithólio.

A doença é grave, sim, como tantas outras. Olhar para ela como uma sentença de morte é perder uma parte da vida a ser vivida, muitas vezes bem longa.

O apoio das pessoas ao redor faz toda a diferença para que o tratamento seja mais leve e a ansiedade mais fácil de suportar. Portanto, deixemos esse descabido viés mórbido de lado e ofereçamos, sempre, esperança e amor.

Luciane Madrid Cesar é uma paulistana de coração mineiro. Cronista, contista, poetisa e escritora de livros Infantis, vê desenho nas nuvens e alegrias no cotidiano. Estuda Cultura da Paz, é mediadora do clube de leitura Leia Mulheres e embaixadora Lixo Zero, na busca por cocriar um mundo melhor.

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