O supercomputador Santos Dumont, localizado em Petrópolis, Rio de Janeiro, receberá uma atualização até novembro, aumentando sua capacidade de processamento de 5,1 para 17 Petaflop/s.
Financiado pela Petrobras, o projeto, avaliado em US$ 19,4 milhões, visa manter o supercomputador como um dos mais poderosos da América Latina para estudos acadêmicos.
Após a conclusão da instalação, prevista para janeiro de 2025, a nova configuração estará disponível para a comunidade acadêmica. Com capacidade equivalente a dezenas de milhares de computadores modernos, o Santos Dumont permitirá simulações mais complexas e análises de dados em larga escala, fortalecendo a capacidade de pesquisa e inovação.
O supercomputador está acessível a toda a comunidade científica nacional, mediante apresentação de projeto e avaliação do mérito científico. Pesquisadores de diversas áreas têm utilizado o Santos Dumont para estudos variados, desde pesquisas sobre a Covid-19 até análises genômicas para identificação de mutações associadas ao câncer.
Configuração do SDumont
O supercomputador Santos Dumont (SDumont), adquirido junto a empresa francesa ATOS/BULL, está localizado na sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis-RJ, atuando como nó central (Tier-0) do Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho – SINAPAD.
O SDumont possui capacidade instalada de processamento na ordem de 5,1 Petaflop/s (5,1 x 1015 float-point operations per second), apresentando uma configuração híbrida de nós computacionais, no que se refere à arquitetura de processamento paralelo disponível.
O SDumont possui um total de 36.472 núcleos de CPU, distribuidos em 1.134 nós computacionais, dos quais são compostos, na sua maioria, exclusivamente por CPUs com arquitetura multi-core. Há, no entanto, quantidade adicional significativa de nós que, além das mesmas CPUs multi-core, contém tipos de dispositivos com a chamada arquitetura many-core: GPU e MIC. O SDumont é dotado de um nó diferenciado, o MESCA2, com número elevado de núcleos (240) e arquitetura de memória compartilhada de grande capacidade (6 Tb em um único espaço de endereçamento). Além disso, existe um nó especialmente projetado para aplicações de Inteligencia Artificial (Deep Learning) que dispõe de 8 GPUs NVIDIA Tesla V100-16Gb com Nvlink, totalizando 40.960 CUDA-core e 5120 Tensor-core. Uma descrição detalhada da configuração dos nós do SDumont é apresentada a seguir:
- 504 nós de computação B710 (thin node), onde cada nó possui 2 CPU Intel Xeon E5-2695v2 Ivy Bridge (12c @2,4GHz) e 64Gb de memória RAM
- 198 nós de computação B715 (thin node) com GPUs K40, onde cada nó possui 2 x CPU Intel Xeon E5-2695v2 Ivy Bridge (12c @2,4GHz) e 64Gb de memória RAM
- 54 nós de computação B715 (thin node) com XEON PHI, onde cada nó possui 2 x CPU Intel Xeon E5-2695v2 Ivy Bridge (12c @2,4GHz) e 64Gb de memória RAM
- 1 nó de computação MESCA 2 com memória compartilhada, 16 x CPU Intel Xeon Ivy Bridge (15c @2,4GHz) e 6TB de memória RAM
- 246 nós computacionais (CPU), cada um com 2x Intel Xeon Cascade Lake Gold 6252 e 384Gb de memória RAM
- 36 nós computacionais (CPU), cada um com 2x Intel Xeon Cascade Lake Gold 6252 e 768 Gb de memória RAM
- 94 nós computacionais (GPU), cada um com 2x Intel Xeon Cascade Lake Gold 6252, 4x NVIDIA Volta V100 GPU e 384Gb de memória RAM
- 1 nó para Inteligência Artificial com 2x Intel Xeon Skylake Gold 6148 (20c @2,4GHz), 8x NVIDIA Tesla V100-16GB com NVLink e 384Gb de memória RAM
Os 1134 nós do SDumont são interligados por uma rede de interconexão Infiniband proporcionando alto rendimento e baixa latência tanto para comunicação entre os processos quanto para o acesso ao sistema de arquivos.
Por fim, o SDumont dispõe de um sistema de arquivos paralelo Lustre, integrado a rede Infiniband, com capacidade bruta de armazenamento da ordem de 1,7 PBytes, bem como um sistema de arquivos secundário com capacidade bruta de 640 TBytes.
Enviado por Expedito G. Dias (@profex)