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O Cidade Varginha entrevista Gabriela Elizei, uma promessa da gastronomia de Minas

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Gabriela, uma jovem de 20 anos, já acumula uma trajetória impressionante na gastronomia. Seu primeiro contato com a confeitaria aconteceu aos 11 anos, quando fez um curso de oito horas que despertou sua paixão pela arte de criar doces. Logo, ela começou a fazer bolos decorados por encomenda, e entre os 12 e 15 anos, chegou a produzir bolos de casamento para amigos e familiares.

Em 2020, Gabriela deu um passo importante ao ingressar no curso Técnico em Alimentos Integrado ao Ensino Médio, na cidade de Machado, onde morou até se formar. A busca por aperfeiçoamento a levou a Belo Horizonte, onde, em 2023, iniciou sua graduação em Gastronomia no Senac, com uma bolsa integral pelo Prouni.

Durante o primeiro ano de faculdade, estagiou no restaurante Birosca S2, que ocupa a 46ª posição no ranking dos melhores restaurantes do Brasil, segundo a revista Exame, e também trabalhou como freelancer em outros restaurantes da capital mineira. Além disso, Gabriela participou do 5° concurso do prato junino e da 2ª edição do Reality Tempero de Minas, demonstrando seu talento e paixão pela culinária. Atualmente, ela se dedica a um projeto de iniciação científica, sempre buscando expandir seus conhecimentos e habilidades na área gastronômica.

Gabriela é um exemplo de dedicação e talento precoce, já desenhando um futuro promissor na cozinha profissional.

O que te motivou a fazer seu primeiro curso de confeitaria aos 11 anos?

    Eu sempre fui fascinada por confeitaria e desde pequena costumava assistir a vários programas sobre o assunto na televisão. Um dia, minha tia viu um anúncio sobre um curso de confeitaria em uma loja do centro de Varginha e imediatamente ligou para minha mãe. No início, eles estavam receosos porque eu era muito nova, mas depois de conseguir reunir três pessoas para me acompanharem, aceitaram minha inscrição. Esse foi o início da minha jornada na confeitaria e me mostrou que esse era realmente o caminho que eu gostaria de seguir.

    Como foi a experiência de fazer bolos decorados por encomenda para amigos e familiares na adolescência?

      Foi uma experiência desafiadora mas extremamente enriquecedora. Cada encomenda era única e me incentivava a criar novos sabores e decorações, além de me permitir aprimorar minhas habilidades na confeitaria.

      Qual foi o bolo mais desafiador que você fez durante esse período?

        O bolo mais desafiador que preparei durante esse período foi o bolo de casamento da minha prima, de três andares verdadeiros. Mas com muito planejamento e a ajuda do meu pai, conseguimos fazer o bolo perfeito e fiquei muito feliz com o resultado.

        O que te levou a escolher o curso Técnico em Alimentos Integrado ao Ensino Médio em Machado?

          Eu gostava muito e já sabia que queria trabalhar no ramo da alimentação. Quando vi a oportunidade de começar a estudar logo no ensino médio me encantei com a possibilidade. Considero que, se não tivesse optado pelo Instituto Federal, teria escolhido um curso na área de tecnologia em Varginha, mas provavelmente abandonaria no meio do caminho.

          Como foi a transição de morar em Machado para estudar em Belo Horizonte?

            A transição de Machado para Belo Horizonte foi desafiadora, a vida na capital é bem mais agitada e barulhenta. Apesar disso, me adaptei bem, com o apoio da minha família e minha irmã, que mora comigo e também estuda aqui.

            O que te inspirou a seguir a carreira de Gastronomia?

              Me inspiro muito na minha família. Cresci vendo meu pai cozinhar todos os dias e ficava em volta do fogão, atenta em cada preparo. Parecia mágica transformar algo tão simples em uma comida tão saborosa. Além disso, a satisfação de alimentar aqueles que amamos e testemunhar o prazer refletido em seus rostos é um sentimento único.

              Como você conseguiu a bolsa integral pelo Prouni para o curso de Gastronomia no Senac?

                A bolsa do Prouni é concedida através da nota do ENEM a alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. Me dediquei muito aos estudos durante o ensino médio e felizmente consegui a bolsa.

                Como foi a experiência de estagiar no restaurante Birosca S2?

                  Estagiar no restaurante Birosca foi uma experiência extremamente enriquecedora. Foi meu primeiro contato com uma cozinha profissional e tive o privilégio de trabalhar em um ambiente exclusivamente feminino, sob a liderança da Chef Bruna Martins. O acolhimento e o suporte que recebi foram fundamentais para o meu desenvolvimento. Elas desempenharam um papel crucial na minha formação profissional.

                  Quais foram os principais desafios que você enfrentou durante o estágio no Birosca S2?

                    Durante o estágio, o principal desafio que enfrentei foi o cansaço. Conciliar a faculdade com o trabalho na cozinha e horas no transporte de um lugar a outro era o mais difícil.

                    O que você aprendeu trabalhando como freelancer em outros restaurantes da capital?

                      Cada cozinha é diferente e possui seu próprio estilo de trabalho e comida. Em cada uma aprendo algo novo, como uma receita ou técnica de preparo.

                      Pode nos contar mais sobre o 5° concurso do prato junino e sua participação nele?

                        O Concurso do Prato Junino acontece todos os anos em Belo Horizonte e o prato ganhador de cada faculdade ganha o direito de ser comercializado no Arraial de Belô, a maior festa junina da capital.

                        Neste ano, criei um prato chamado “Camadas de Minas”, feito com duas camadas de massa de pastel e uma camada de recheio de creme de queijo canastra e calda de goiabada com cachaça. Não fui a vencedora, mas participar e elaborar um prato inovador foi uma experiência muito rica e divertida.

                        Como foi participar da 2° edição do Reality Tempero de Minas?

                          Participar da 2° edição do Reality Tempero de Minas foi mágico. Nunca sonhei em participar do Masterchef ou coisa do tipo, mas pude viver algo parecido e isso me abriu os olhos para muitas outras oportunidades. Além disso, fiz muitos amigos e me diverti muito durante as filmagens.

                          Os episódios estão disponíveis no YouTube da Rádio Itatiaia e é lindo ver o resultado de tanto trabalho!

                          Pode nos falar mais sobre o projeto de iniciação científica que você faz parte atualmente?

                            Apesar de parecer estranho, na Gastronomia também há muito para ser estudado e desenvolvido cientificamente. No Brasil, o curso é muito novo e ainda estamos no início dessa caminhada. Áreas como a nutrição, sustentabilidade, a história da alimentação, os modos de fazer de cada localidade e a evolução das técnicas, são áreas importantíssimas de pesquisa na gastronomia.

                            Nesse projeto que faço parte, estamos pesquisando práticas sustentáveis em restaurantes do centro de Belo Horizonte, para fazer um levantamento do que está sendo feito e como podemos ajudar a melhorar nesse cenário.

                            Como você equilibra seus estudos com suas atividades profissionais na área de Gastronomia?

                              O planejamento é fundamental para conseguir equilibrar os estudos com outras atividades. Durante a semana, passo a maior parte do tempo na faculdade ou em casa estudando e aos finais de semana pego trabalhos como freelancer ou participo de algum evento gastronômico.

                              Quais são seus planos futuros na carreira de Gastronomia?

                                Acredito que meu trabalho pode me levar a muitos lugares, não sei ao certo qual caminho vou seguir mas as possibilidades são infinitas. Por enquanto, penso em fazer uma pós-graduação em gestão e trabalhar não só aqui mas também em outras cidades do Brasil e quem sabe até do mundo.

                                Existe algum chef ou confeiteiro que te inspira? Quem e por quê?

                                  Nos programas de televisão que assistia quando criança, conheci duas chefs que me inspiram até hoje, a confeiteira Raiza Costa e a cozinheira Bela Gil. Elas foram as minhas primeiras referências e desenvolvem trabalhos lindos, valorizando os ingredientes, nossa cultura e divulgando seu conhecimento de forma generosa.

                                  Qual é o seu prato ou sobremesa favorito de fazer?

                                    Bolo de chocolate. Amo fazer bolo de chocolate porque ele sempre agrada todo mundo e tira sorrisos sinceros das pessoas quando chega à mesa.

                                    Como você lida com a pressão e os desafios na cozinha?

                                      Estar com a saúde mental em dia é fundamental para conseguir lidar com a pressão da cozinha. Faço acompanhamento psicológico desde antes da faculdade, o que foi extremamente importante para chegar onde cheguei. 

                                      Que conselhos você daria para jovens que querem seguir a carreira de Gastronomia?

                                        Para outros jovens que desejam seguir a carreira de gastronomia, digo para não desistirem dos seus sonhos, mesmo diante dos desafios que surgirem. A gastronomia é uma área que exige dedicação, prática constante e aprendizado contínuo, mas fazer o que amamos é o que faz tudo valer a pena no final.

                                        O que você mais ama na profissão de cozinheira e confeiteira?

                                          O que mais amo na profissão é a possibilidade de explorar e descobrir novos sabores e combinações que nunca imaginamos antes, surpreendendo não só as outras pessoas como a nós mesmos.

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