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Indicador de dinâmica produtiva Unis-GEESUL estima impacto da tragédia no Rio Grande do Sul

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O terceiro relatório do Indicador de Dinâmica Produtiva (IdP), elaborado pelo Departamento de Pesquisa do Grupo Unis e GEESUL, apresentou os resultados referentes ao mês de maio em comparação com o mês anterior a nível nacional e também para Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No caso deste último, foi possível medir os impactos produtivos da tragédia climática ocorrida naquele estado.

O IdP é um indicador conjuntural que analisa o comportamento dos setores econômicos, utilizando como fonte dos dados o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) no contexto varejista ampliado e a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), sendo todos eles divulgado pelo IBGE e já considerados com o ajuste sazonal.

A economia brasileira ficou estável com resultado de 0,01%. O destaque de alta ficou com o setor agregado de comércio e serviços (0,37%). Analisando de maneira específica, o comércio varejista ampliado cresceu 0,77%, enquanto que os serviços tiveram leve declínio de -0,03%. Já o setor agrícola teve resultado de -0,08% e a indústria a maior queda (-0,92%). Esta estabilidade produtiva em maio somada à queda ocorrida em abril reforçam nossa percepção de que o segundo trimestre apresentará um arrefecimento na atividade econômica brasileira, o que contribuirá para uma convergência da inflação rumo à meta e a possibilidade de queda da taxa Selic no curto prazo.

Em Minas Gerais, após a forte alta ocorrida em abril, o resultado de maio indicou decréscimo de -1,21%. A indústria teve resultado de -3,30% sendo o terceiro mês consecutivo de queda na atividade industrial no estado. Comércio e serviços em conjunto caíram -0,77%; cabendo destacar que os serviços tiveram recuo de -2,87%, mas o comércio varejista ampliado expandiu 1,53%. Já o setor agrícola teve considerável crescimento de 3,70%.

No caso do Rio Grande do Sul, o levantamento dos dados referentes a maio serve de base para entender a amplitude de parte do impacto econômico no estado devido às fortes chuvas ocorridas naquele mês. O Indicador de Dinâmica Produtiva do estado gaúcho teve queda de -7,78%. O recuo no setor agrícola foi de -5,16% e no agregado de comércio e serviços o resultado foi de -1,14%; sendo que o comércio varejista ampliado caiu -2,84% e os serviços ainda conseguiram ter expansão de 0,64%. Porém, o maior impacto ocorreu no setor industrial cujo declínio foi de -26,17%.

Para termos uma ideia em valores monetários desses impactos na economia gaúcha, se relacionarmos o resultado do IdP com o Produto Interno Bruto estadual em 2023, chegamos a um nível de perda econômica e produtiva de, aproximadamente, R$43 bilhões.

Os resultados de maio permitiram verificar que a economia brasileira ficou estável e com sinais de arrefecimento. Já o estado de Minas Gerais teve queda após a forte elevação de abril. Porém, a principal contribuição do estudo foi apresentar os impactos produtivos da tragédia climática no Rio Grande do Sul. O professor Pedro Portugal, coordenador do projeto, afirmou “esperamos que este estudo possa contribuir para uma mensuração dos efeitos puramente econômicos e servir como base para o desenho de políticas de recuperação. Reforçamos que no valor indicado não estão incluídas as perdas estruturais, ambientais e materiais, cuja mensuração também precisa ser realizada. E principalmente, não é possível mensurar as perdas humanas”.

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