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Dia do Orgulho Lésbico: Celebrando Resistência e Enfrentando a Violência

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Em 19 de agosto, celebra-se o Dia do Orgulho Lésbico no Brasil, um dado que marca a luta e a resistência das mulheres lésbicas em busca de direitos e reconhecimento.

O Dia do Orgulho Lésbico foi instituído em memória do “Levante do Ferro’s Bar” em 1983, quando um grupo de lésbicas atacou a violência policial em São Paulo. Este evento se tornou um símbolo de resistência e mobilização da comunidade lésbica, inspirando a luta por visibilidade e direitos.

Violência Contra Mulheres Lésbicas: Um Problema Persistente

Infelizmente, a violência contra mulheres lésbicas continua a ser uma realidade alarmante. De acordo com o relatório mais recente do Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2023, houve um aumento de 27% nos casos de violência contra pessoas LGBTQIA+, com as mulheres lésbicas representando uma parcela significativa dessas vítimas. A violência se manifesta de várias formas, incluindo agressões físicas, estupros corretivos, violência psicológica e discriminação no ambiente de trabalho e em espaços públicos.

Estatísticas Alarmantes

  1. Agressões Físicas: O GGB registrou 89 casos de agressões físicas contra lésbicas em 2023, um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
  2. Estupros Corretivos: Os chamados “estupros corretivos”, em que homens estupram mulheres lésbicas com a intenção de “corrigir” sua orientação sexual, somaram 42 casos denunciados em 2023, um número que provavelmente é subestimado devido à subnotificação.
  3. Discriminação no Trabalho: Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) revelou que 34% das mulheres lésbicas já sofreram discriminação no ambiente de trabalho.

Medidas de Prevenção e Apoio

Prevenir a violência contra mulheres lésbicas requer ações específicas em diversos níveis da sociedade. Aqui estão algumas medidas que podem ser tomadas:

  1. Educação e Conscientização: Promover campanhas educativas nas escolas, empresas e espaços públicos para desconstruir preconceitos e educar sobre diversidade sexual e de gênero.
  2. Apoio Psicológico e Jurídico: Oferece suporte psicológico e assistência jurídica gratuita para vítimas de violência. Organizações como a ABGLT e a Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (RENAST) desempenham um papel crucial nesse aspecto.
  3. Fortalecimento de Políticas Públicas: É essencial que governos locais e federais implementem e reforcem políticas públicas que protejam os direitos da comunidade LGBTQIA+, incluindo a criação de delegações especializadas no atendimento a vítimas LGBTQIA+.
  4. Incentivo à Denúncia: Estimular as vítimas a denunciadores casos de violência, garantindo que elas tenham acesso a canais de denúncia seguros e de proteção, como o Disque 100 e a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.

O Dia do Orgulho Lésbico é uma data para celebrar a diversidade, a coragem e a resiliência das mulheres lésbicas. É também um momento para considerar a violência que ainda enfrenta e a necessidade urgente de ações efetivas para garantir sua segurança e dignidade. A luta por um mundo mais justo e igualitário para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, é uma responsabilidade coletiva.

O Cidade varginha além desses dados apresentados, quis ouvir o relato de vida de uma mulher lésbica de nossa cidade, onde ela fala da vivência com as pessoas, respeito, amor e das dificuldades que passou ao sair do armário. Conversamos com a musicista Jaqueline Nicolau que falou de sua vida como Lésbica e o quanto o respeito é fundamental para a vivência de todos juntos em harmonia.

Como você se descobriu lésbica?

Desde criança sentia uma atração por mulheres que diferente das outras amigas eu não sentia por homens, mas me entendi mesmo lésbica quando me apaixonei pela minha primeira namorada aos 18 anos

Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao se assumir?

O fato da minha família ser muito católica e não entender que não é uma escolha e a sociedade que também oprime quem é lgbt

Você já enfrentou preconceito ou discriminação por ser lésbica? Pode compartilhar alguma experiência?

Sim, certa vez que estava apenas de mãos dadas com uma namorada em um barzinho e fomos convidadas a nos retirar por que as outras pessoas estavam incomodadas

Como sua família reagiu quando você se assumiu?

Minha família ficou triste não entenderam, eles não aceitam mas respeitam

O que a palavra “orgulho” significa para você na comunidade LGBTQ+?

E ter orgulho do que sou, de quem amo de como nasci, de quem sou enquanto mulher lésbica

Você acha que a sociedade está mais aberta e acolhedora com a comunidade lésbica hoje em dia?

Estamos num caminho melhor que antes, comunidade lésbica em si ainda as vezes é invisibisada, mas ainda e um longo caminho.

Quais são os maiores tabus que você acha que ainda existem em relação às lésbicas?

 O fato de acharem que sempre precisamos de um homem, e no caso a relação é entre duas mulheres. A falta de aceitação por podermos ter um casamento e uma família.

Quais são as principais alegrias de viver como lésbica?

Além de se relacionar com mulheres, que é pra mim a maior alegria por eu acreditar que mulheres se entendam melhor juntas, é poder ser livre por amar como eu quero e não como a sociedade aceita.

Como foi sua experiência ao namorar pela primeira vez?

Foi ao mesmo tempo assustadora por ser algo novo, mas ao mesmo tempo libertador, foi um amor puro , lindo, me senti bem como nunca havia sentido antes, me entreguei de corpo e alma.

Que conselhos você daria para jovens lésbicas que estão descobrindo sua sexualidade agora?

Primeiro se ame, entenda que é natural sim, e que não tem nada de errado em amar alguém do mesmo sexo.

Procure alguém que entenda sobre o assunto pra lhe dar conselhos, isso ajuda muito.

Quais são as principais dificuldades que você encontra no ambiente de trabalho por ser lésbica?

 Trabalho como professora de música e alguns pais não aceitam, também já sofri assedio de um chefe que queria me “curar”.

Você já participou de algum grupo ou movimento LGBTQ+? Como foi essa experiência?

Grupos engajados não participei, eu luto com a minha música.

Como você lida com estereótipos sobre lésbicas na mídia?

É frustrante as vezes como tratam, sexualizando muito as mulheres pra quem homens se existem, ou quando acham que toda lésbica é “ masculina “ .

Você acha que a representação de lésbicas em filmes e séries melhorou? Por quê?

Hoje temos mais representatividade, estão melhorando e tratando com mais sensibilidade o amor lésbico, como os GLs (termo usado para Doramas asiáticos lésbicos) que estão fazendo sucesso na comunidade lésbica pela forma simples que é tratado.

Como a sua sexualidade influencia a maneira como você cria amizades?

Já perdi amigos de igreja por acharem que vou sair encima delas, mas ultimamente como o meio que convivo é de artistas isso não faz diferença.

Quais são os aspectos mais importantes que você considera em um relacionamento amoroso?

Respeito, lealdade e muito carinho.

Como você vê o futuro da comunidade lésbica nos próximos anos?

Eu acredito que cada vez mais ser lésbica será apenas a forma de amar e não terá nenhuma discriminação.

Quais são as suas maiores fontes de apoio e inspiração?

Cassia Eller, Angela RoRo , Zélia Duncan e tantas outras mulheres lésbicas assumidas na mídia .

Você já sofreu alguma forma de violência física ou verbal por ser lésbica? Como lidou com isso?

Física não apenas fui xingada na rua, fiquei mal por isso mas hoje eu enfrentaria sem baixar o nível.

Como você imagina a vida em sociedade se todos fossem mais aceitos e respeitados independentemente de sua orientação sexual?

Seria uma utopia, por que ninguém iria recriminar ninguém só por amar outra pessoa.

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