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Um goleiro, vozes de Deus e um mensageiro da esperança

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Gustavo Uchôas Guimarães

A notícia me animou de tal modo que não tive dúvida: enfrentarei a multidão! Afinal de contas, não é todo dia que um papa vem ao Brasil para visitar um lugar próximo ao que eu vivo.

Em 2013, eu estava passando um tempo em Itanhandu, minha terra natal, e o papa Francisco visitaria Aparecida, cerca de 100 km distante da boa terra itanhanduense. As experiências foram múltiplas, mas três delas foram bastante interessantes para reflexão, envolvendo um goleiro, algumas vozes devotas e uma mensagem de esperança que me motiva até hoje.

Quando cheguei a Aparecida, no fim da tarde do dia 23 de julho de 2013, fui passear pela cidade e pela Basílica. E qual não foi minha surpresa ao encontrar, na Basílica, o goleiro Cássio, do Corinthians. Fiquei na dúvida se era ele mesmo, mas resolvi arriscar e me aproximei. Sem titubear, pedi uma foto e fui logo falando: “Mesmo sendo são-paulino, te admiro no gol”. Ele riu e aceitou tirar a foto. Esta é a beleza da vida: saber admirar o que há de positivo naquilo que representa rivalidade e saudável oposição. Muitas vezes, torci contra Cássio quando ele enfrentava o “mito” Rogério Ceni (o mais completo goleiro do futebol mundial), mas sei reconhecer a qualidade do grande trabalho que ele desenvolve no Corinthians, assim como todos nós deveríamos saber reconhecer as qualidades daqueles que, saudavelmente, sabem debater conosco e se opõem a nossos pensamentos. A capacidade de diálogo é algo que falta ao mundo atual, no qual muitos querem falar, falar, falar, mas não se abrem ao ouvir!

Na noite para o dia 24, acampei em uma enorme fila que se formou, pois entrariam na Basílica “apenas” as primeiras 10 mil pessoas que estivessem aguardando para a missa com o papa Francisco. Mesmo assim, consegui passear pelos arredores da Basílica e encontrei um lindo show que ocorria por ali, reunindo artistas e padres que eu só via na televisão: padre Antônio Maria, padre Alessandro Campos, Jair Rodrigues (de saudosa memória), Elba Ramalho, grupo Cantores de Deus (formado apenas por cantoras), entre outros. Que vozes de Deus! Utilizar os talentos para coisas boas, que melhoram o mundo e as pessoas, é uma necessidade nos tempos atuais! É preciso colocar para fora o que há de bom, a serviço do próximo! Como bem rezou Dom Hélder Câmara (1909-1999): “Que o olhar de Teu Filho derrame serenidade e amor através dos meus olhos…” O mundo carece daqueles que têm coragem de ser bons!

Por fim, o encontro com o mensageiro da esperança: o abrir dos portões da Basílica nos levou à missa com o papa Francisco. Aquele homem tem um magnetismo fascinante! Ele fascina por sua simplicidade! Ver Francisco passar a dois metros de mim, na procissão de entrada da missa, trouxe uma brisa de esperança que bateu em meu rosto! O mundo atual precisa de mensageiros de paz, de esperança, de fé, de sabedoria, de luz, de misericórdia e de amor! Nossa sociedade individualista e narcisista, mergulhada em uma “caverna digital de Platão”, precisa de mais “franciscos” que, em saída, acreditem que a humanidade tem jeito!

Capacidade de dialogar, coragem de ser bom, anúncio da esperança com simplicidade: reflexões e reflexos daquela minha passagem por Aparecida, onde um goleiro, algumas vozes e um mensageiro me ensinaram a caminhar melhor!

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