MENU

Impressões de um varginhense fora de sua terra

Texto do escritor Glauber Vieira Ferreira
COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS

Falo como um varginhense atípico, alguém que nasceu na cidade mas a visita quase sempre como turista.

Nasci em dezembro de 1973, quando meu pai, militar do Exército,  visitava a cidade com minha mãe.

Anualmente estávamos em Varginha, até que em 1981 , quando meu pai foi escalado para uma temporada em Goiás,  minha mãe mudou-se para a casa dos seus pais em Varginha, para não ficar sozinha com dois filhos.

Nesse período de seis meses, estudei no Coração de Jesus, que na época ocupava aquele prédio monumental onde hoje está o Marista.

Fazendo um cálculo básico, somando-se todos os períodos de férias e mais esses 6 meses, morei em Varginha cerca de 3 anos da minha vida.

Me lembro bem da chegada a cidade quando eu era criança, pela rodovia que chega da Fernão Dias. Já existia o Recanto Flora, que muitos anos depois descobri que faz parte de Três Corações. Depois do bucólico espaço, Varginha começava mais ou menos onde fica o Parque de Exposições. Até o Jardim Canaã, não havia praticamente mais nada.

Ali, no finalzinho da rua professora Alcina de Carvalho, estão várias de minhas memórias afetivas.

O rugido do leão, o botequinho do seu Clemente, o lugar que chamávamos de buracão (parcialmente diminuído após a ampliação da rua Joaquim Zeferino).

Anos depois, veio a história do ET. Estava na cidade esse dia, era janeiro, período de férias.

Sempre me incomodou a inércia das autoridades em se aproveitar da história. A cidade de Roswell, nos Estados Unidos, palco também de um evento ufologico, possui dois museus temáticos e é famosa mundialmente.

Demorou para Varginha “acordar” e construir , a passos paquidérmicos, vamos combinar, algumas esculturas de alienígenas e naves espaciais,  além do Memorial do ET no bonito espaço do Alto da Vila Paiva, que no momento abriga a secretaria de Turismo mas… está fechado para reforma…

O zoológico ,  que me parecia mal administrado durante minha infância, e que na verdade abriga um parque zoobotânico, pois também abriga um jardim botânico, tem melhorado nos últimos anos. Além da ampliação do espaço para felinos, o antigo restaurante Paiquerê abriga um centro de educação ambiental, com espaço infantil e pequeno museu de taxidermia.

Hoje também temos uma casa de cultura, com museu, biblioteca, aberta para eventos culturais e o espaço da estação ferroviária, em ruínas na época de minha infância, mas recuperado e em pleno uso nos últimos anos.

Na minha adolescência, o espaço que me parecia abandonado, com apenas uma grande escultura de foguete (segundo meu avô Gildo, alusão a chegada do homem a Lua, em 1969), tornou-se o Parque Novo Horizonte. Muito movimentado na época, inclusive com pedalinhos, o lugar hoje me parece subutilizado.

Como continuo visitando a cidade como turista, seus problemas do dia a dia não me afetam tanto. Não consigo opinar sobre segurança, geração de empregos e a vida da cidade fora do aspecto cultural.

Lembro que na minha infância cheguei a ver um corpo coberto de lençol no Jardim do Sapo. Nunca soube a identidade da pessoa e a motivação do crime, mas, acompanhando as notícias pela Internet, percebi que o crime deixou de ser algo raro na cidade.

Por outro lado, me parece que a  chegada do porto seco , do shopping e da Walita ajudaram a desenvolvê-la.

O que espero é que, agora, levando meu próprio filho para a cidade, ele também crie memórias afetivas e possa circular por uma Varginha desenvolvida e com qualidade de vida para todos.

O mistério da reforma que nunca acaba:

Bernardo filho de Glauber na Casa de cultura:

ANUNCIE-970X250
COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *