MENU

A literatura caminha com a política (ou apesar dela)

COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS

Gustavo Uchôas Guimarães

(Orgulhosamente, membro da APESUL e da AVLAC)

A produção literária e a política são duas atividades importantíssimas para muitas sociedades. Estas se organizam em torno de governanças que visem o bem comum (e isto inclui o acesso a cultura) e expressam suas maneiras de pensar e agir através das múltiplas manifestações artísticas e culturais (incluindo a literatura).

Atualmente, a literatura no Brasil está inserida em um grande universo cultural que acessa vários recursos decorrentes das leis e políticas nacionais de incentivo e fomento à cultura. Os exemplos mais recentes são a Lei Paulo Gustavo – LPG – e a Política Nacional Aldir Blanc – PNAB. Ambas injetaram (e ainda injetarão) bilhões de reais em inúmeros projetos aprovados em editais por todo o Brasil. Neste contexto, temos muitos escritores que, acessando tais recursos, levam para frente a produção literária brasileira, especialmente aqueles escritores que, sem fama nem holofotes, produzem literatura para realizar o sonho de ter uma publicação ou para enriquecer o ambiente ao seu redor com aquilo que escrevem.

Em nosso chão sul-mineiro, não tem sido diferente e, aqui, cabe destacar (como já destaco em outros textos e contextos) a participação da Associação de Poetas e Escritores do Sul de Minas – APESUL, única associação varginhense voltada exclusivamente à literatura. A APESUL nasceu com o propósito de ser um apoio a escritores, especialmente os que estão em início de carreira literária e buscam conhecer o “caminho das pedras” no meio literário para publicar suas obras e espalhar “cheirinho de literatura”, seja nesta “terra do café” ou muito além dela.

Desde 2019, a APESUL acolhe e orienta os que fazem da escrita uma forma de se expressar, inclusive orientando sobre as maneiras de acessar os recursos públicos destinados à cultura. Nossa associação defende, firmemente, que o dinheiro público para a cultura deve ser respeitado e utilizado da forma mais democrática possível, sem “esconder o jogo”, sem represar conhecimentos que podem ajudar mais pessoas a realizar o sonho de publicar um livro e ter sua obra nas mãos de cada vez mais leitores.

Às vezes, escritores (assim como muitos outros agentes culturais) encontram, Brasil afora, obstáculos por parte daqueles que dizem não gostar de cultura, que usam de artifícios para proveito próprio às custas de recursos públicos ou que, simplesmente, afirmam que cultura não é trabalho e que artista é desocupado. Gente assim se vê em toda parte da sociedade (não apenas em cargos políticos), mas a literatura (bem como a cultura em geral) consegue caminhar.

Promover a literatura é uma opção política daqueles que acreditam na democratização da leitura de mundo, da capacidade de sonhar e refletir, da formação de uma consciência que enxergue horizontes para além desta realidade (nem sempre agradável) que nos cerca. Se esta convicção se mantiver firme, os produtores de literatura conseguirão cada vez mais espaços em uma sociedade que, também por opções políticas, valorizam – ou não – a leitura como formadora de seres humanos mais bem humanizados.

banner meio - 970 × 250 px
COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *