O cansaço abateu nas vistas de Gabriela,
Ela não sabia que o pássaro amarelo
Que pulsa em seu peito
Queria sair.
O cansaço lhe era de gerações
Se assemelhava a um lençol encharcado
Em um dia de inverno nublado;
Tudo era pesado e dias assim ela conhecia bem.
O pássaro amarelo era o sol em combate ao inverno
Queria pular seus passinhos lá fora,
Mas, Gabriela estava brigada com Rodolfo.
Ele prometera rios de elogios
E fusões de vidas em casa grande com quintal para
cachorro.
Só que as palavras caíram da boca de Rodolfo
Quando ele naufragou na vida do conformismo.
Gabriela queria queimar o chão
Ver horizontes de areia e cactos no norte.
Queria matar o que estava a matando.
Mas a morte é rito cruel e o luto
Não foi feito para as brasileiras.
Restava somente ajoelhar e fumar um cigarro.
Gabriela um dia envelheceu
Cresceu razões em seus seios, e o pássaro amarelo
Saiu-se bem em seus voos noturnos
Em décadas atrás de um sorriso amarelo
Mas feliz.
Gustavo Marangão é dono e jornalista do Cidade Varginha. Além de jornalista é poeta e escritor com quatro livros publicados; sendo eles: Folhas secas de minha quarentena. Liturgia Mímica. Homem, ser anormal. Cartas de Ninguém.
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